As Runas fazem parte da cultura viking e constituem uma linguagem de magia que auxilia a levar o Ser a uma evolução interna de sua alma e a apresentar mensagens divinas e ocultas.
São como um oráculo. Assim como o Tarot, as Runas são utilizadas para adivinhação e clarificação de questões que precisamos de compreender nas nossas vidas, funciona como uma espécie de espelho interior. As soluções que elas nos dão, geralmente, já sabemos de algum modo. A utilidade das Runas é que tornam o inconsciente consciente, e isso faz toda a diferença.
As Runas são uma forte ferramenta de autoconhecimento, um veículo de comunicação de uma mensagem, que nos chega através de afinidade. Significa que o nosso próprio magnetismo na altura em que lançamos as Runas atrai a resposta certa naturalmente. É a resposta que precisamos ouvir num determinado momento.
O poder das runas não está nas runas físicas e sim nos arquétipos que elas representam. Estes símbolos, arquétipos da evolução humana, têm de ser revestidos de uma forma física para poderem ser manejados no plano físico, mas o que lhes dá vida não é isso.
As Runas funcionam como um espelho, que devolve uma imagem simbólica de acordo ao esclarecimento que pedimos. A afinidade determina a qualidade energética das Runas que constituem a resposta, que depende também do nosso estado emocional e mental na altura, para que possamos compreender a resposta e beneficiarmos dela. É por isso que há sempre uma sensação de familiaridade nas respostas, como se de algum modo, nós já soubéssemos o que elas nos dizem, ainda que não de uma forma consciente.
As palavras têm uma energia própria e o poder de transformar a nossa realidade. Os antigos povos germânicos sabiam disso, e no fundo todos nós sabemos inconscientemente, porque reconhecemos que determinadas palavras escritas ou faladas têm o poder de alterar a nossa percepção sobre pessoas, situações e sobre a Vida. E isso é algo de intemporal, que as Runas nos permitem utilizar para crescermos em sabedoria e consciência.
Mágicas e proféticas, as Runas fazem parte das práticas culturais dos vikings. Segundo a lenda, essas pequenas peças foram encontradas pelo Deus Odin, que as difundiu entre seu povo como símbolos de sabedoria e do conhecimento de todos os mistérios dos deuses e dos homens.
As runas são letras usadas para escrever nas línguas germânicas da Europa do Norte, especialmente nas ilhas Britânicas e na Alemanha, região que os povos germânicos residem desde o século II. Esses caracteres são descobertos habitualmente em pedras rúnicas e também em ossos, peças de madeira, pergaminhos e placas metálicas.
Não se sabe ao certo qual foi a época ou o lugar exato em que as runas apareceram. Entretanto, seu nome revela a origem indo-europeia, uma vez que “RU” significa “algo misterioso”, ou também os termos “Roun” ou “Rown”, que significam “sussurro misterioso”, dando a entender que as runas eram usadas como algo divino, de conhecimento espiritual e ancestral, como uma fonte oculta para tais caminhos. Entretanto, mesmo sendo um alfabeto cheio de significados, não se tornou uma língua falada.
Além dessa, há também outras teorias que contam a capaz história das runas; dentre elas, a que tem mais respaldo histórico é a de que elas manifestaram-se na Europa durante a Idade do Bronze e do Ferro (1300-800 a.C.), já que os símbolos registrados nas runas eram também muito usados naquela época, como triângulos, árvores, espirais, dentre outros. Há também autores que afirmam que essas gravuras teriam sido o princípio de uma língua mágica usada pelos xamãs do período neolítico que mais tarde foram adaptadas pelo povo etrusco, integrando-as à sua linguagem e as transmitindo.
Por fim, a mitologia nórdica conta que os deuses moravam em Asgard, um lugar que ficava ao topo de Igdrasil, a árvore que sustenta os nove mundos; nessa árvore o deus Odin conheceu o seu maior teste e encontrou o mistério da sabedoria, o que hoje compreendemos como runas. Há, ainda, um livro de poemas, chamado Edda Poética, contido entre os séculos IX e XIII que relatam essa aventura especial de Odin:
“Sei que fiquei pendurado naquela árvore fustigada pelo vento,
Lá balancei por nove longas noites,
Ferido por minha própria lâmina, sacrificado a Odin,
Eu em oferenda a mim mesmo:
Amarrado à árvore
De raízes desconhecidas.
Ninguém me deu pão,
Ninguém me deu de beber.
Meus olhos se voltaram para as mais entranháveis profundezas,
Até que vi as Runas.
Com um grito ensurdecedor peguei-as,
E, então, tão fraco estava que caí.
Ganhei bem-estar
E sabedoria também.
Uma palavra, e depois a seguinte,
conduziram-me à terceira,
De um feito para outro feito.”
Foi assim que o sacrifício de Odin, que foi revivido em seguida pela magia, levou para a humanidade essa escrita alfabética antiga, que são as runas, cujas letras dispõem significados e hoje são utilizadas como um oráculo.
Em vista disso, não se sabe ao certo qual é o início das runas, mas é fato que elas são um instrumento oracular poderoso que pode nos ajudar a encontrar as soluções que procuramos. Portanto, basta se concentrar naquilo que você está buscando.